sábado, 4 de abril de 2009

Pressa

De repente começaram a cair coisas. No início consegui contorná-las, saltar-lhes por cima, evitá-las, até que o amontoado se tornou tão poderoso que me obrigou a parar.

Parada sinto um formigueiro em todo o corpo, os músculos presos ao hábito do movimento constante, a cabeça em vortex ciclónico. Há que recomeçar o percurso, retomar o ritmo, tenho tanta pressa!...

Procuro pontos de referência, placas com direcções, caminhos desenhados ou escondidos, mas não reconheço o que me rodeia. Numa superfície espelhada contemplo-me com susto e não me revejo naquela imagem desgrenhada e afogueada. De quem é a roupa que trago vestida? E o que é que aconteceu à minha cara?

Percebo de repente que corro tanto que já me esqueci onde comecei e para onde vou...

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