sexta-feira, 17 de abril de 2009

Margem

Desci e fiquei na margem.

Debaixo dos pés o chão é frio, húmido e estável. Dois passos para a frente, a força da corrente risca o inevitável destino da foz. Dois passos para trás, a terra firme desenha o contorno de caminhos repisados.
Aqui não há tempo nem espaço. Repousam saciados restos de outras viagens, gozando a paz do limite fronteiriço. No meio deles sinto que pertenço, aproveito o limbo das horas e respiro pausadamente.
Não, por agora não me peçam nada para além da justa forma. Não quero nem preciso de visões ou de rumos. Basta-me apenas a canção do silêncio no eco da cor.

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