segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Pai (afasta de mim este cálice?)

Estou teimosamente de costas para a vida a olhar para trás. Procuro sem jeito o que me define naquilo que já me definiu. Nas fotografias as caras dos mortos olham-me com carinho mas eu já não tenho 6 anos...
Parei de crescer porque o mundo me assustou. Resolvi então tentar encolher, na esperança de voltar ao tempo em que, pequenina, alguém cuidaria de mim.
E é na recusa de ser e crescer que me limito. Se não sei ser eu quem quererá ser algo comigo?

2 comentários:

  1. É o mais difícil de tudo, o que mais custa - crescer. Mas vale a pena :)

    ResponderEliminar
  2. Acontece também aos que parece nunca vacilarem, por vezes terem essa necessidade de alguém que cuide, de se aninharem num colo outra vez. Acontece a quem menos se espera que aconteça. A vida por vezes assusta mesmo. Quem gosta de ti tem de te ajudar, com a paciência e o tempo que forem necessários, a não ter medo de viver. Quem não tiver essa paciência e esse tempo, não te serve. Neste momento tu és tu. Só não gostas muito do que és, mas és. Não tens de te comparar, não tens de agradar, não tens de condescender, só tens de pensar que todos passamos fases terríveis e todos temos direito a isso.
    Um beijinho muito grande de uma amiga que te conhece desde que nasceste e que gosta muito de ti.

    Raquel

    ResponderEliminar